Dicas

Falta do hormônio do crescimento na criança: entenda as consequências

A DGH é uma doença incomum que afeta o pleno desenvolvimento corporal

O desenvolvimento físico saudável das crianças é multifatorial. Ou seja, engloba alimentação, sono, genética, emocional, condições genéticas e afins.1

Nesse sentido, as consultas periódicas com o Pediatra – desde o nascimento até o fim da adolescência – são indispensáveis para acompanhar de perto a saúde geral e as curvas de crescimento dos pequenos.

Dentre essas várias questões, hoje, especificamente, falaremos sobre a falta do hormônio do crescimento na criança.

Como esse hormônio age no organismo? Quais são as consequências de sua ausência?

Vamos entender juntos!

 

Falta do hormônio do crescimento na criança: sobre a DGH

DGH é a abreviação para Deficiência de GH (Growth Hormone – Hormônio do Crescimento). É uma doença rara que pode ser adquirida ou congênita (desde o nascimento).2 Só para ilustrar: acomete 1 a cada 4.000/10.000 mil crianças ao redor do mundo.3

É comum que o diagnóstico ocorra pelo menos após os 2 primeiros anos de vida, uma vez que é a fase em que a criança deveria “esticar” rapidamente.2 Porém, a mesma não cresce como o esperado, e logo se torna um sinal de alerta para os pais e para o médico que realiza o acompanhamento periódico.

 

Falta do hormônio do crescimento na criança: principais sintomas e sinais da DGH

Pessoas que possuem a deficiência do hormônio do crescimento podem apresentar os seguintes indicativos:4

  • Baixa estatura – quando comparada à média das crianças com a mesma faixa etária;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Dentição e idade óssea com atrasos;
  • Roupas e sapatos que continuam servindo com o passar do tempo (o comum é que esses itens “se percam” rapidamente durante a fase de crescimento);
  • Desenvolvimento corporal lento a partir dos 2 anos de idade;
  • Voz estridente;
  • Hipoglicemia ao nascer (baixos níveis de açúcar no sangue);
  • Desordens da puberdade (atraso ou falta do desenvolvimento puberal);
  • Entre outros.

Tais indícios são frequentes, mas não apontam necessariamente a presença de algum distúrbio do crescimento. Por isso, a avaliação de um Endocrinologista Pediátrico é essencial.

 

Médias de crescimento em cada fase de desenvolvimento corporal

Frisamos por aqui que cada criança deve ser tratada de maneira individual.

Todavia, em linhas gerais, há um ritmo de crescimento considerado normal para as etapas da vida:

 

Entre o nascimento e o 1º ano de vida: 25 cm/ano;

Entre o 1º e 3º ano: 12,5 cm/ano;

3º ano: 7 a 8 cm;

3º ano até a pré-puberdade: 5 a 7 cm/ano;

Durante a puberdade: 7 cm/ano.1

 

Ademais, há uma certa diferença entre meninos e meninas. Enquanto as meninas crescem de 8 a 10 cm/ano nesta “última fase”, os meninos crescem de 10 a 12 cm/ano, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).1

 

Potencial genético

Ainda segundo a SBP, cerca de 80% da estatura final de um indivíduo é determinado pelo tamanho dos pais.1

Assim sendo, a estatura-alvo* é calculada pela seguinte fórmula:

Meninos = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13) / 2

Meninas = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) – 13) / 2

 

O resultado do cálculo sinaliza a média de crescimento da criança a partir de sua família – porém, há uma variação média de 5 cm na conta.1

Só para exemplificar: se uma menina tem uma mãe com 165 cm e um pai de 175 cm, sua estatura-alvo será de aproximadamente de 163 cm, com uma variação entre 158 cm e 168 cm.

 

* A estatura-alvo – também conhecida como altura-alvo – é obtida através de um cálculo para verificar se o percentil de desenvolvimento corporal da criança é o esperado para sua idade.

 

Contudo, não existe um gene de crescimento. O que acontece é a interação entre diversos genes presentes no corpo humano e, cada um deles, ainda que em mínimas parcelas, contribuem de alguma forma para a estatura final. Salvo que aproximadamente 423 desses genes são espalhados pelos cromossomos e influenciam o processo.1

 

Como a DGH é diagnosticada?

Ao levantar quaisquer suspeitas, o médico responsável pelo acompanhamento da criança solicitará exames de sangue para verificar os níveis hormonais; exames de imagem como ressonância magnética e/ou raio-X para avaliar a idade óssea e, por fim, monitorará rigidamente as curvas de crescimento.5

 

Falta do hormônio do crescimento da criança: sobre o tratamento

A deficiência do GH pode ser tratada com reposição hormonal, o que dependerá da avaliação do Endocrinopediatra.3

O principal objetivo do tratamento é proporcionar uma estatura final que corresponda ao desenvolvimento adequado de cada criança. Nesse sentido, os resultados são mais notáveis quando a descoberta é precoce.

Em síntese, apenas um Endocrinologista Pediátrico de confiança poderá indicar a alternativa ideal.

Se você percebeu que seu filho(a) não está crescendo como deveria, não se desespere e converse com o médico.

 

Conte com a gente,

Até a próxima!

Time Além da Altura

 

*Sempre procure orientações médicas. Os conteúdos disponíveis neste site são exclusivamente para fins informativos e, de forma alguma, substituem a avaliação detalhada do Endopediatra.

 

Leia nossos conteúdos relacionados:

Endocrinologista Infantil: entenda a importância de consultá-lo
Confira 5 fatores que influenciam o crescimento infantil
Puberdade precoce e sua relação com problemas de crescimento

—–

Referências:

  1. Pediatria para famílias – desenvolvimento e crescimento. SBP, 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/desenvolvimento/crescimento/. Acesso [24 de janeiro de 2024].21. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – Pediatria para Famílias. Crescimento. [Acesso em Janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/crescimento/.
  2. 2. Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Deficiência do Hormônio de Crescimento – Hipopituitarismo. [Acesso em Janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2018/pcdt_deficienciadohormoniodecrescimento_2018.pdf/view.
  3. Mameli C, Guadagni L, Orso M, Calcaterra V, Wasniewska MG, Aversa T, Granato S, Bruschini P, d’Angela D, Spandonaro F, Polistena B, Zuccotti G. Epidemiology of growth hormone deficiency in children and adolescents: a systematic review. Endocrine. 2024 Mar 18. doi: 10.1007/s12020-024-03778-4. Epub ahead of print. PMID: 38498128.
  4. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). 10 coisas que você precisa saber sobre crescimento e GH. [Acesso em Janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-crescimento-e-gh/.
  5. Stanford Children’s Health. Growth Problems in Children. [Acesso em Janeiro de 2024]. Disponível em: https://www.stanfordchildrens.org/en/topic/default?id=growth-problems-90-P01956.

BR2407158839