Diagnóstico para as doenças ASSOCIADAS AOS DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO

Quando o pediatra sinaliza que a criança não está crescendo conforme os parâmetros normais para a idade, é indicado buscar um especialista, conhecido como endocrinologista pediátrico. Ele irá solicitar exames para identificar se o paciente possui déficit de GH (hormônio do crescimento). Se esta suspeita for apontada no teste é hora, então, de identificar a causa e, em seguida, o buscar possibilidades de tratamento.1

Confira a seguir como funciona o diagnóstico e o tratamento das principais doenças que levam à deficiência de GH:

 

Síndrome de Prader-Willi

O diagnóstico é feito através de um exame genético. A partir do resultado, a terapia é feita com a reposição de hormônio do crescimento para normalizar a altura, aumentar a massa corporal magra e mobilidade e diminuir a massa gorda. Além disso, é indicado aos pais supervisão estrita da ingestão diária de alimentos com base na altura, peso e índice de massa corporal (IMC) para fornecer as necessidades de energia enquanto limita o ganho de peso excessivo da criança.2

 

Insuficiência Renal Crônica

Para saber se esta doença é a causadora da deficiência de crescimento é necessário medir a taxa de filtração glomerular, que mede a perda da função dos rins.”.3 O tratamento é considerado difícil pelos profissionais de saúde por conta da possível existência de outros problemas associados que necessitem de adequado tratamento médico.4

 

Pequeno para a Idade Gestacional (PIG)

A identificação de crianças nascidas pequenas para a idade gestacional é feita por meio de diversos diagnósticos. Na maioria dos estudos, o médico utiliza apenas o peso de nascimento.5 A partir daí, ele verifica diferentes valores de corte, tais como se o peso de nascimento do bebê está abaixo do 10º ou 5º percentil para a idade gestacional; se existe mais que dois desvios padrões abaixo do valor médio para a idade gestacional; ou peso abaixo de 2500g para idade gestacional maior ou igual a 37 semanas.5

 

Síndrome de Turner

A doença pode ser diagnosticada antes do nascimento (pré-natal), durante a primeira infância ou na primeira infância.6 Ocasionalmente, em mulheres com sinais e sintomas leves da Síndrome de Turner, o diagnóstico é adiado até a adolescência ou a idade adulta jovem. Geralmente, será feito um teste de laboratório para analisar os cromossomos da criança.7 O teste envolve uma amostra de sangue. Ocasionalmente, o médico também pode solicitar uma raspagem da bochecha (esfregaço bucal) ou amostra de pele. A análise do número total de cromossomos determina se há ou não um cromossomo X ausente ou alguma anormalidade.

Os tratamentos primários para quase todas as meninas e mulheres com Síndrome de Turner incluem terapias hormonais: GH e estrogênio (feito para que a criança possa entrar na puberdade, por isso, o tratamento é feito a partir dos 11 ou 12 anos de idade da menina).6

 

Baixa Estatura Idiopática

Normalmente, o problema é diagnosticado após uma investigação completa do histórico médico da criança ou adolescente, um exame físico completo e a exclusão de qualquer condição médica crônica ou anormalidade hormonal.8 Além disso, pode ser pedido pelo médico uma série de exames de sangue e radiologia para descartar várias condições médicas que afetam a altura. Para o tratamento, quando iniciado em idade precoce, o hormônio do crescimento pode aumentar significativamente a altura final de muitas crianças com Baixa Estatura Idiopática.8

 

Até a próxima!

Time Além da Altura

 

*Sempre procure orientações médicas. Os conteúdos disponíveis neste site são exclusivamente para fins informativos e, de forma alguma, substituem a avaliação detalhada do Endopediatra.

 

Referências:

  1. Alves C, Cargnin K. O que é a Endocrinologia Pediátrica e o que faz? Sociedade Brasileira de Endocrinologia – SBEM. Crescimento – A Endocrinologia Pediátrica [Acesso em Fevereiro de 2024.]
  2. Driscoll DJ, Miller JL, Cassidy SB. Prader-Willi Syndrome. 1998 Oct 6 [updated 2023 Nov 2]. In: Adam MP, Feldman J, Mirzaa GM, Pagon RA, Wallace SE, Bean LJH, Gripp KW, Amemiya A, editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle; 1993–2024. PMID: 20301505.
  3. ROMÃO JUNIOR, João Egidio. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Braz. J. Nephrol., v. 26, n. 3 suppl. 1, p. 1-3, Sep. 2004. https://bjnephrology.org/wp-content/uploads/2019/11/jbn_v26n3s1a02.pdf. Acesso em Fevereiro de 2024.
  4. Oliveira JC, Siviero-Miachon AA, Spinola-Castro AM, Belangero VM, Guerra-Junior G. Baixa estatura na doença renal crônica: fisiopatologia e tratamento com hormônio de crescimento [Short stature in chronic kidney disease: physiopathology and treatment with growth hormone]. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2008 Jul;52(5):783-91. Portuguese. doi: 10.1590/s0004-27302008000500010. PMID: 18797585.
  5. Pescador, Marise VB, et al. “Aspectos endocrinológicos das crianças e adultos nascidos pequenos para a idade gestacional.” Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 45 (2001): 15-23.
  6. Shankar Kikkeri N, Nagalli S. Turner Syndrome. [Updated 2023 Aug 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554621. Acesso em Fevereiro de 2024.
  7. Danowitz M, Grimberg A. Clinical Indications for Growth Hormone Therapy. Adv Pediatr. 2022 Aug;69(1):203-217. doi: 10.1016/j.yapd.2022.03.005. Epub 2022 Jun 17. PMID: 35985710; PMCID: PMC9754707
  8. Rose A. Gubitosi-Klug, Leona Cuttler. Idiopathic Short Stature, Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, Volume 34, Issue 3, 2005, Pages 565-580, ISSN 0889- 8529. https://doi.org/10.1016/j.ecl.2005.04.003(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S088985290500037X). Acesso em Janeiro de 2023.

BR2407158839